Secretaria de Saúde dispõe de atendimento especializado para pessoas com doença
falciforme
A cada 455 crianças que nascem em Salvador, uma apresenta doença falciforme, cujo
Dia Mundial de Conscientização é celebrado nesta quarta-feira (19). A doença falciforme
é hereditária e se caracteriza por uma mudança no gene da hemoglobina. Pessoas que
têm essa patologia produzem uma hemoglobina anômala e são acometidas por sintomas
como anemia, crises de dor, icterícia, distúrbios hepáticos e biliares, infecções,
febre e edema nos tornozelos e nas mãos, entre outros.
Para dedicar um cuidado especial a esses pacientes, a Secretaria Municipal de Saúde
(SMS) conta, desde 2005, com um Programa de Atenção à Pessoa com Doença Falciforme
e, desde os anos de 2013 e 2014, com a existência de dois ambulatórios situados,
respectivamente, no Multicentro Carlos Gomes e no Multicentro Vale das Pedrinhas.
Aliado aos ambulatórios, o programa oferece atenção primária por meio de equipes
multidisciplinares de saúde compostas por hematologistas (adultos e pediátricos),
assistentes sociais, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos. Ao todo, 2 mil pacientes
são atendidos pelo programa e mil pacientes estão cadastrados nos ambulatórios especializados.
Além disso, profissionais de saúde foram capacitados para realizar o atendimento
nas unidades da rede.
Técnica do Programa de Atenção à Pessoa com Doença Falciforme, a enfermeira Marivone
Monteiro explica que a iniciativa tem três pilares: o diagnóstico precoce, a assistência
integral descentralizada e de qualidade e o desenvolvimento de ações educativas.
“Com o programa esperamos diagnosticar cada vez mais os pacientes precocemente para
que eles tenham acompanhamento especializado, desenvolvam uma quantidade menor de
crises e tenham maior sobrevida”, afirma Monteiro.
Visando conhecer melhor a incidência da doença no Município, a SMS pretende dar
início, em julho, a um cadastramento de todos os munícipes que têm a doença. Esse
cadastramento poderá ser realizado de maneira virtual, por meio de site específico,
e presencialmente nas unidades de saúde.
Diagnóstico – O diagnóstico é feito por meio do teste do pezinho, exame obrigatório
por lei para os recém-nascidos. Quem passou da fase e não fez o teste, deve realizar
a eletroflorese de hemoglobina, exame disponível em 54 unidades de saúde distribuídas
por diferentes distritos sanitários do Município.
O nome falciforme vem do latim falce (foice) unido à forme (forma), cujo significado
completo é “forma de foice”. A doença assim é chamada porque, sob determinadas condições,
a hemoglobina do tipo S deforma as hemácias e as deixa em forma de foice. A hemoglobina
é uma proteína existente no interior das hemácias (células sanguíneas) responsável
por transportar o oxigênio dos pulmões para todo o corpo, por meio da corrente sanguínea.
Esse transporte de oxigênio não ocorre de forma satisfatória quando o indivíduo
tem a doença falciforme. Quando as hemácias estão mais rígidas e com formato de
foice, tendem a se ligar aos vasos sanguíneos e também à outras hemácias e a ser
destruída mais facilmente, o que ocasiona anemia e dificulta a circulação no sangue.